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Filosofia do Pilates: uma re-flexão sobre a expansão da consciência.

Há períodos na história da humanidade que a ânsia e a ganância do desejo humano fazem o homem se EXPANDIR, se ABRIR na conquista do objeto do seu desejo, seja ele qual for. Muitas vezes essa expansão se faz de forma desordenada e caótica, criando uma situação grave de colapso social, político, ambiental.

Nesses tempos há o surgimento de guerras, invasões, expansões desordenadas, revoluções tecnológicas, que criam um estado de calamidade pública e um perigoso estado de desintegração do homem com ele mesmo e com os seus PROPÓSITOS de vida superiores ao seu próprio ego e à sua sobrevivência.

Por outro lado, nesses tempos, surgem os mais diversos trabalhos em todas as áreas do conhecimento produzindo saberes que buscam retornar à atenção do homem para ele mesmo – simbolicamente representado pelo ATO de enrolar-se sobre si. Sem dúvida alguma, Joseph Pilates foi uma dessas pessoas que intuitivamente captou, devido aos problemas sócio-políticos que enfrentou, a necessidade de uma época, dentro do seu campo de atuação e interesse – O MOVIMENTO.

Todos nós nascemos sem uma consciência de um “EU”, muito antes de nos conhecermos, iniciamos nossa jornada no mundo por meio dos movimentos. Toda possibilidade de conhecimento do mundo passa, anteriormente, pelo conhecimento do nosso próprio corpo. Logo no primeiro ano de vida nos movimentamos de forma reflexa, são justamente os movimentos reflexos a base para a construção dos movimentos voluntários. Há nesse período uma certa correspondência entre as posições de enrolamento e a sensação de bem-estar. Tudo o que a criança faz no decorrer do seu desenvolvimento inicial é à sua frente, passando necessariamente pelas posições de enrolamento: olhar as próprias mãos, estender os braços, colocar-se em relação com a mãe, manipulação de objetos, etc.

O enrolamento então, será a base para o ato de sentar, engatinhar e ficar em pé, mas além disso será o lugar onde a criança reencontrará a proteção, o aconchego, a segurança. De alguma forma o Sr. Pilates intuiu que, todo o mal que a expansão do desejo humano, refletido em ganância, poder, conquistas, fez ao mundo e principalmente à Europa, tendo sua expressão máxima na primeira guerra mundial, poderia ser compensado pelo movimento real e simbólico do olhar para si. Então intuiu de forma genial um método de exercitação que começa por esse movimento fundamental – o enrolamento.

Propondo ao mundo um momento de pausa e de RE-FLEXÃO, fez do fechar a possibilidade para a expansão da consciência humana e do enrolamento o princípio para a ARTE do CONTROLE de todas as outras possibilidades de movimento, sejam eles físicos, mentais ou espirituais.

Alex Luzzi

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